A Central Geradora Hidrelétrica (CGH) é uma usina de geração de energia elétrica que utiliza a força da água para produzir eletricidade. Também conhecida como pequena central hidrelétrica, a CGH tem uma capacidade de geração inferior a 30 megawatts (MW) e é considerada uma fonte de energia renovável e sustentável.
Uma CGH funciona através da captação da água de um rio ou de uma queda d’água, que é direcionada para uma turbina hidráulica. A água faz com que a turbina gire, acionando um gerador que produz eletricidade. A energia gerada é então transmitida através de linhas de transmissão para abastecer a rede elétrica.
As CGHs são consideradas uma alternativa viável para a geração de energia, pois aproveitam o potencial hidráulico de rios e quedas d’água de forma sustentável. Além disso, a geração de energia hidrelétrica não produz emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a redução do impacto ambiental causado pela geração de energia por fontes não renováveis.
FUNCIONAMENTO DE UMA CGH
O funcionamento de uma CGH é baseado no princípio da transformação de energia hidráulica em energia elétrica. O processo começa com a captação da água de um rio ou de uma queda d’água através de um canal ou barragem. A água é direcionada para a turbina hidráulica, que é acionada pela força da água.
A turbina hidráulica é composta por pás ou palhetas que são impulsionadas pela água, fazendo com que a turbina gire. A rotação da turbina é transmitida para um eixo, que por sua vez aciona um gerador elétrico. O gerador é responsável por transformar a energia mecânica da turbina em energia elétrica.
A energia elétrica gerada na CGH é transmitida através de linhas de transmissão para a rede elétrica, onde pode ser distribuída para consumo residencial, comercial e industrial. É importante ressaltar que o fluxo de água necessário para o funcionamento de uma CGH depende do potencial hidráulico disponível no local e das características do projeto da usina.
VANTAGENS DA ENERGIA HIDRELÉTRICA
A energia hidrelétrica oferece diversas vantagens em relação a outras fontes de energia, o que explica a sua grande utilização em todo o mundo. Algumas das principais vantagens da energia hidrelétrica são:
- Renovabilidade: A água é uma fonte renovável de energia, o que significa que ela não se esgota com o uso e pode ser utilizada para geração de energia de forma contínua.
- Baixa emissão de gases de efeito estufa: A energia hidrelétrica não emite gases de efeito estufa durante a geração, contribuindo para a redução do impacto ambiental e das mudanças climáticas.
- Flexibilidade operacional: As usinas hidrelétricas possuem a capacidade de regular a sua produção de acordo com a demanda de energia, o que permite uma melhor adequação ao consumo.
- Armazenamento de água: As usinas hidrelétricas também podem atuar como reservatório de água, sendo capazes de armazenar grandes volumes que podem ser utilizados em períodos de seca.
POTENCIAL HIDRELÉTRICO NO BRASIL
O Brasil possui um enorme potencial hidrelétrico, sendo um dos países com maior capacidade de geração de energia por meio de usinas hidrelétricas. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil possui um potencial hidrelétrico estimado em cerca de 260 GW, o que representa aproximadamente 13% do potencial mundial.
A maior parte do potencial hidrelétrico brasileiro está localizada na região amazônica, onde estão os principais rios do país, como o Rio Amazonas e o Rio Paraná. No entanto, a utilização desse potencial enfrenta desafios, como a necessidade de construção de grandes barragens e a preocupação com os impactos ambientais.
Devido ao seu potencial hidrelétrico, o Brasil tem investido na construção de usinas hidrelétricas de grande porte, como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que possui uma capacidade instalada de 11.233 MW. Além disso, o país também tem incentivado o desenvolvimento de CGHs, que são capazes de aproveitar o potencial hidrelétrico de forma descentralizada e sustentável.
IMPACTOS AMBIENTAIS DA CGH
Apesar de ser considerada uma fonte de energia renovável, as CGHs também têm impactos ambientais que devem ser considerados. Alguns dos principais impactos ambientais associados às CGHs são:
- Alteração do curso d’água: A construção de uma CGH pode alterar o curso d’água de um rio, o que pode afetar a fauna e a flora local. A redução do fluxo de água pode interferir nas espécies que dependem do rio para a sua sobrevivência.
- Perda de habitat: A formação de um reservatório para a construção de uma CGH pode resultar na perda de habitat para animais terrestres e aquáticos. A inundação de áreas próximas ao rio pode afetar a biodiversidade local.
- Erosão e assoreamento: A construção de uma CGH pode aumentar a erosão e o assoreamento dos rios, devido à alteração do fluxo de água e à liberação de sedimentos durante a construção da usina.
- Impacto na migração de peixes: As CGHs podem dificultar a migração de peixes, uma vez que a construção de barragens e a redução do fluxo de água podem bloquear a passagem dos peixes rio acima.
Para minimizar esses impactos ambientais, é importante que a construção e operação das CGHs sejam feitas de forma sustentável, levando em consideração a conservação da biodiversidade e o uso consciente dos recursos naturais.
REGULAMENTAÇÃO DAS CGHs NO BRASIL
No Brasil, as CGHs são regulamentadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e pelo Ministério de Minas e Energia. A regulamentação define as regras para a instalação e operação das CGHs, bem como os procedimentos para obtenção de licenças ambientais e autorizações para a exploração da energia gerada.
As CGHs devem seguir padrões técnicos e ambientais estabelecidos pelos órgãos reguladores, garantindo a segurança das instalações e a minimização dos impactos ambientais. Além disso, é necessário obter autorização do órgão competente para a exploração da energia gerada.
A regulamentação das CGHs no Brasil busca incentivar o desenvolvimento de fontes de energia renovável e a diversificação da matriz energética, contribuindo para a sustentabilidade do setor elétrico e a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Referências:
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
Ministério de Minas e Energia


